segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Ataíde Lemos - Vários poemas

A dor é apenas uma estação

Hoje ao olhar o pôr-do-sol
Um belo raiar de um amanhecer
Senti dentro de mim o inverno ir embora
Percebi que depois da chuva,
Depois de um dia nublado
O sol sempre desponta com sua luz
Enxugando o orvalho
Que se faz durante a madrugada.

Hoje ao olhar o campo florido
Ao ouvir a sinfonia dos pássaros
O som do vento sobre a luz do sol
Vi as flores apresentando seu balé
Exalando perfume no ar
Numa beleza que proporciona a natureza
Percebi que a vida é bela
E que o outono é apenas uma estação.


Enfim, ao contemplar o sol
E toda beleza que é natureza
Percebi que a vida continua
Sempre a ser bela
E que os percalços, as desilusões
São momentos que surgem
Permanecem por um tempo
Revira os sentimentos
Depois se vão
Ao nascer de uma nova estação.

Ataíde Lemos


A fila anda

O tempo passa
Ele não da tempo
Para o tempo.
Como se diz:
A fila anda
E as histórias
Estão a escrever
A todo instante
Não dando pausa
Para pensar
Nem para brincar
De amar
Ou jogar com o amor.

Brincar com sentimento
Ou ficar
Pairando em duvidas
É perder o momento
E depois ficar no lamento.

Ataíde Lemos


Momentos

Momentos são o que vivemos
Nada mais
Hoje acreditamos que encontramos o céu
Amanhã pura ilusão, tudo fantasia
Foi apenas mais um dia
Foi apenas mais um momento.

Um dia achamos que tudo está acabado
Sentimos isolados, abandonados
De repente, uma luz surge
Outro amor aparece
E toda a solidão sentida
Vai-se como um vento que passa
Enfim, a dor foi apenas mais um momento.

Tudo passa; a alegria, a tristeza
A solidão, a euforia, as lágrimas
A escuridão da noite
O belo sol de um dia
A primavera, o outono
E sempre um novo momento surge.
A receita então é viver intensamente
Quando o dia está lindo
E adormecer quando a noite for intensa.

Ataíde Lemos


"Vazio"

É tão triste quando se perde o horizonte
Quando um vazio se estende interiormente
E tudo que se faz nada o preenche
Fazendo das fantasias apenas ilusões
Que ao descortinar, a dor desdobra
Abrindo feridas nas emoções.

É tão triste quando se vive esconder da carência
Em diversas fugas inúteis
Pois ainda que minta pra si mesmo
Sempre os olhos e atitudes vivem a entregar.

O vazio é uma dor que não se cala
Sangra o coração como se nada mais existisse
Atormenta a alma e o coração despedaça
Em nada mais se acha graça.

Não cala em nenhum momento
É como flecha que fere o sentimento
É como vento que afugenta a felicidade
Escurecendo o horizonte.

(Ataíde Lemos e Graciela da Cunha)

Escravo da vaidade

Na busca da liberdade, querendo a felicidade
Tentei preencher o vazio e dar vida ao coração
Para enganar a carência, mergulhei na ilusão
Quando dei por mim, estava preso na vaidade.

Construí um mundo onde somente havia eu
Nele fiz de tudo, me esbaldei, com a vida joguei
Não dei ouvidos aos verdadeiros amigos meu
Pelo contrario, pouco a pouco deles me afastei.

Porém, o tempo foi passando e quando percebi
Encontrava-me sozinho, doente, numa prisão
Construída ao longo da vida com as próprias mãos.

Fiquei sozinho, excluído como se fosse doença
E o pior, que mesmo assim não tinha consciência
Até que um dia uma luz brilhou e me encontrei.

Ataíde Lemos

Ataíde Lemos é um poeta amigo, que trabalha com dependentes químicos e que curte escrever muito mesmo.
Sua sensibilidade enfeita sempre minha vida.
Valeu sempre amigo.

Amo amar você

Como amo amar você.
Seu jeito gostoso de fazer amor
Me encanta, fascina e domina
Abraça-me, cola seu corpo junto ao meu
Me dá um beijo ardente, caliente
Que meu corpo estremece e se entrega
Tornando-se todo seu.


A cada toque de suas mãos
Leva-me aos céus
Viajo em inúmeras fantasias,
Rendo-me a sua magia
Delírio de seu sabor
Neste jeito único de fazer amor.

Exerce domínio sobre mim
Tens a chave de meus segredos
Sem reservas, sem pudor, sem medo
Transformo em seu predileto brinquedo.

Ataíde Lemos

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